Debate: Old Games x New Games

Temos aqui a estreia de mais uma coluna da So Sorry! Invocando o espiríto de sabedoria que aflora dos ambientes acadêmicos, dos centros de pesquisa e, principalmente, das rodinhas nas mesas de bar, lançamos aqui uma coluna chamada "Debate". E se você fugia das aulas de português para assistir tv globinho, e não sabe o que é e nem como funciona um debate, não há necessidade de chorar mais, pois te explicamos o que faremos: Será feita uma pergunta sobre um tema escolhido e dois dos integrantes da So Sorry irão expor suas opiniões sobre aquele tema, respondendo à pergunta e expondo os seus argumentos. Nada mais simples, nada mais fácil.
E para a pergunta inicial, fomos acometidos por um ataque intravenoso de saudosismo e ao lembrarmos com carinho dos video-games antigos, ou seja de 2000 ou anterior, surgiu a dúvida "Os games de antigamente eram mais criativos que os games de hoje em dia?". Se você é um gamer das antigas, provavelmente já deve ter se perguntado a mesma coisa, ou até mesmo discutido com os seus amigos a questão. Dois de nossos colunistas discutem a questão a seguir, então depois de ler, deixe nos comentários a sua opinião de quem você acha que respondeu melhor, quem tem razão, a sua opinião sobre o assunto ou ainda algum tema que talvez você gostaria que fosse debatido!

Os games de antigamente eram mais criativos que os de hoje em dia?

 

Supremoking

Sim
           
            Certamente que um cidadão que afirme que os jogos eram mais ou menos criativos no passado ou no presente, estará se baseando fortemente em sua opinião, uma vez que “criatividade” não é uma medida quantificável.  Então para poder afirmar que os games já foram mais criativos, deve-se começar por algo que possa ser contado em números e, sendo assim, comparado. Para isso, optei por escolher o símbolo da falta da criatividade das produtoras de hoje em dia: os games de tiro em primeira pessoa, os famosos FPS.
            A quantidade de games de FPS que foram lançados, e continuam a ser, no mercado de jogos da atualidade é assustadoramente grande. A maior de todas as séries é Call of Duty, que é atualmente a série de games de maior vendagem. É CoD Modern Warfare 1, 2 e 3, CoD Black Ops 1, 2 e possivelmente o 3 no futuro (e outros). E todos podem ser bons jogos, mas muito repetitivos. Ande, atire e repita o processo do começo! E claro que há ótimos jogos de tiro que fazem sucesso, como Halo (1,2,3 e 4. Sem contar os que não fazem parte da história principal), Battlefield (vários), Far Cry (1,2 e 3), etc. Esses são para citar os mais populares e que continuam a ser lançados. São verdadeiramente uma infinidade de games de tiro, que vão absorvendo cada vez mais espaço na oferta de games, o que significa que um gamer que não curte jogos de tiro, está condenado a ter seu vídeo game acumulando poeira.

As novas abordagens dos vendedores de porta em porta para serem ouvidos assustaram alguns


            A culpa é das produtoras de games? Nem tanto. Elas são empresas capitalistas e não ateliês de arte, o que significa que a função delas é ganhar dinheiro e não buscar criatividade, e enquanto os FPS venderem absurdos, elas farão mais e mais repetições deles. O que nos leva à segunda característica da falta de criatividade dos games atuais: Repetições. Ah, as repetições. Tudo aquilo que gostamos, buscamos repetir, isso é óbvio. Mas tudo o que é por demais, perde a graça. E mesmo se ignorarmos os jogos de tiro, a grande maioria dos games que são lançados no mercado na atualidade são sequências de games já existentes. Quais foram os grandes lançamentos recentes? Para citar alguns: Resident Evil 6, Gran Turismo 5, a quinta versão de Devil May Cry, Street Fighter IV Arcade Edition versão 2012 (uma das várias versões de Street Fighter IV lançadas), etc. Pela amor de Deus, alguém encontre um serviço de guarda costas decente, porque eu já não aguento mais ter que salvar a princesa Peach de seu sequestro, usando o Mario! É Mario dali, Pokemon daqui, God of War acolá! Isso para não citar Final Fantasy! Não bastasse chegar ao Final Fantasy XIII, tiveram a pachorra de fazer FF XII-2 e já anunciaram a terceira parte!

Não! Não faço nada disso, em lugar nenhum, muito menos atrás do armário


            Como os games pretendem ser reconhecidos como uma arte, assim como o cinema já conseguiu tal status, se eles basicamente perderam sua capacidade de contar histórias? Se esqueceram de buscar a habilidade de nos transportar para algo além do que poderíamos imaginar por nós mesmos? E não dá para dizer que é algo inevitável devido ao fato das empresas buscarem o lucro. Os FPS, por exemplo, vendem bastante porque foi criado ótimos sistemas de multiplayer para eles, o que deu ainda mais certo devido à era dos vídeo games online. Que se utilize a criatividade também para criar games únicos e que se utilizem dos modos multiplayer. O recente sucesso do Playstation 3, Journey, prova que é possível unir criatividade com um multiplayer único. Esse jogo é uma arte! E é um game novo no mercado e não uma continuação. Se as empresas temerem tanto os riscos a ponto de não lançarem mais games inovadores, a indústria do vídeo game terá um futuro incerto.

Journey - Mais que um game, uma obra de arte



Overhaft

Não
           
Tão óbvio quanto o sucesso do próximo GTA é a resposta desta questão. Antigamente, quando não havia muitos jogos, tudo o que era criado era novidade e dava a falsa ideia (ou não) de que era algo criativo, mas eu acredito que a verdadeira criatividade aparece quando não existe NADA e é preciso criar algo sem base alguma, ou quando já existe muita coisa feita e as opções são escassas para se criar algo novo.
E é nesse segundo ponto que vivemos hoje, muito já foi feito no estilo de videogames que temos, novas máquinas estão surgindo, com sensores de movimentos e afins para que algo novo apareça, mas... E os jogos?
Quem diz que não há criatividade deve estar se baseando em muitos jogos que aparecem hoje que não passam de cópia de outros jogos que fazem ou fizeram sucesso. Em qualquer loja você pode contar uns cinco genéricos de “God of War”, quatro de “Uncharted” e doze jogos de tiro sobre uma das duas guerras mundiais passadas, todos bem parecidos, mas com nomes diferentes e feitos por empresas totalmente distintas. Mas olhar estes exemplos tristes e dizer que a criatividade morreu, é como olhar para a caixa de areia do seu gato e dizer que não há mais água no mundo.

Só tem água no mundo porque eu permiti!


Exemplos de criatividade não faltam.
Onde, antigamente, se viu o modo como Heavy Rain aplicou o estilo de eventos para criar algo diferente, o sistema de movimentação de Patapon ou a ousadia de deixar a história de um jogo como Ico por conta da imaginação do jogador? As sensações únicas que são causadas pelos estilos de jogo criados em Shadow of the Colossus e Journey também são frutos de criatividade ímpar. E por que não, a criatividade do modo “Ultimate Team” de Fifa 13, onde há uma mistura fantástica entre “trading card game” e futebol de videogame?
O mundo dos games segue criando mais e mais, muito do que se vê é pura cópia, mas a criatividade seguirá viva enquanto houver pessoas se esforçando para isso.

Heavy Rain - Narrativa única!


Comentários

  1. Muito Bom o POST, mas concordo com o Supremoking, a criatividade dos games de hoje já quase não existe... Não há nada que surpreenda o jogador, uma inovação, uma motivação para terminar os 100% do jogo...
    Antes os jogos eram diferentes, tinham uma filosofia de ser eternizado, de ser único, por isso eram criativos... O que fez um Ouriço Azul corredor que fica buscando argolas e esmeraldas na terra e no espaço e um encanador gordinho e baixinho que come cogumelos serem tão eternizados na história dos games, a criatividade e a característica que só eles possuem. Existem milhares de jogos de plataforma, da mesma maneira... Alex Kidd, Rockman, Castlevania... que também marcaram época, mas jamais chegaram a bater o SONIC e o MARIO em matéria de criatividade... Hoje temos milhares de jogos FPS, outros milhares de RPGs, mais uns milhares de jogos de LUTA, todos praticamente iguais, sem emoção... sem nenhum diferencial... Claro que nesse meio tempo foram lançados outros ícones, como o Próprio Kratos, que tomou o lugar do Crash como mascote da Sony... porém acredito que ainda falta a criatividade de antes nos jogos atuais...

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